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sexta-feira, 1 de março de 2013

Dengue: Uma doença GRAVE que MATA !!!


Aspectos clínicos na criança:

   A dengue na criança pode ser assintomática ou apresentar-se como uma síndrome febril clássica viral, ou com sinais e sintomas inespecíficos: adinamia, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas. 
   Nos menores de dois anos de idade, especialmente em menores de seis meses, sintomas como cefaleia, dor retro-orbitária, mialgias e artralgias podem manifestar-se por choro persistente, adinamia e irritabilidade, geralmente com ausência de manifestações respiratórias, podendo ser confundidos 
com outros quadros infecciosos febris, próprios da faixa etária. 
   Na criança, o início da doença pode passar despercebido e o quadro grave ser identificado como a primeira manifestação clínica. 
   O agravamento, em geral, é súbito, diferente do que ocorre no adulto, que é gradual, em que os sinais de alarme são mais facilmente detectados. 

Aspectos clínicos na gestante:

   Pacientes gestantes devem ser tratadas de acordo com o estadiamento clínico da dengue. As gestantes necessitam de vigilância, devendo o médico estar atento aos riscos para mãe e concepto. 
   Os riscos para mãe infectada estão principalmente relacionadas ao aumento de sangramentos de origem obstétrica e as alterações fisiológicas da gravidez, que podem interferir nas manifestações clínicas da doença. Para o concepto de mãe infectada durante a gestação, há risco aumentado de aborto e baixo peso ao nascer (ver em detalhes seção de parecer técnico científico para situações especiais).

Atendimento ao paciente com suspeita de dengue:

Caso suspeito de dengue:

   Considera-se caso suspeito de dengue todo paciente que apresente doença febril aguda, com duração máxima de sete dias, acompanhada de pelo menos dois dos sinais ou sintomas como cefaléia, dor retro-orbitária, mialgia, artralgia, prostração ou exantema, associados ou não à presença de sangramentos ou hemorragias, com história epidemiológica positiva, tendo estado nos últimos 15 dias em área com transmissão de dengue ou que tenha a presença do Aedes aegypti.
   Também pode ser considerado caso suspeito a criança proveniente ou residente em área endêmica que apresente quadro febril, sem sinais de localização da doença ou na ausência de sintomas respiratórios.
   Todo caso suspeito de dengue deve ser notificado à Vigilância Epidemiológica, sendo imediata a notificação das formas graves da doença.

Anamnese:

   A história clínica deve ser a mais detalhada possível e os itens a seguir devem constar em prontuário.


 História da doença atual:

a) data do início dos sintomas;
b) cronologia do aparecimento dos sinais e sintomas;
c) caracterização da curva febril;
d) pesquisa de sangramentos, relato de epistaxe, hemorragias de pele, gengivorragia, hemorragia conjuntival, hematêmese, melena, metrorragia etc: essas manifestações podem ser caracterizadas no exame físico; atentar para sintomas hemorrágicos sutis presentes na história clínica, como vômitos com raios de sangue tipo água de carne, cor muito escura tipo borra de café, e evacuações com fezes de cor escura;
e) Sinais de alarme: sinais clínicos e laboratoriais que anunciam a possibilidade
de o paciente com dengue evoluir para a forma grave da doença.


Sinais de alarme na dengue:

a) dor abdominal intensa e contínua;

b) vômitos persistentes;
c) hipotensão postural e/ou lipotímia;
d) hepatomegalia dolorosa;
e) sangramento de mucosa ou hemorragias importantes (hematêmese e/ou melena);
f) sonolência e/ou irritabilidade;
g) diminuição da diurese;
h) diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia;
i) aumento repentino do hematócrito;
j) queda abrupta de plaquetas;
l) desconforto respiratório.





Prova do laço:

   A Prova do laço deve ser realizada na triagem, obrigatoriamente, em todo paciente com suspeita de dengue e que não apresente sangramento espontâneo.

   A prova deverá ser repetida no acompanhamento clínico do paciente apenas se previamente negativa.

• Verificar a pressão arterial e calcular o valor médio pela fórmula (PAS + PAD)/2; por exemplo, PA de 100 x 60 mmHg, então 100+60=160, 160/2=80; então, a média de pressão arterial é de 80 mmHg.

• Insuflar o manguito até o valor médio e manter durante cinco minutos nos adultos e três minutos em crianças.

• Desenhar um quadrado com 2,5 cm de lado no antebraço e contar o número de petéquias formadas dentro dele; a prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos e dez ou mais em crianças; atenção para o surgimento de possíveis petéquias em todo o antebraço, dorso das mãos e nos dedos.

• Se a prova do laço apresentar-se positiva antes do tempo preconizado para adultos e crianças, a mesma pode ser interrompida.

• A prova do laço frequentemente pode ser negativa em pessoas obesas e durante o choque.


ATENÇÃO

Valorizar a frequência respiratória.

Valores normais da frequência respiratória:

■ <2 meses = até 60 rpm 
■ 2 meses – 1 ano = até 50 rpm 
■ 1 – 5 anos = até 40 rpm 
■ 5 – 8 anos = até 30 rpm
■ Adultos = 12 a 20 rpm


Classificação de Risco
   A classificação de risco do paciente com dengue visa a reduzir o tempo de espera no serviço de saúde.       
   Para essa classificação, foram utilizados os critérios da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde e o estadiamento da doença. 
   Os dados de anamnese e exame físico serão utilizados para fazer esse estadiamento e para orientar as medidas terapêuticas cabíveis.

Classificação de risco de acordo com os sinais e sintomas:

Azul: Grupo A atendimento de acordo com o horário de chegada

Verde: Grupo B – prioridade não-urgente
Amarelo: Grupo C – urgência, atendimento o mais rápido possível
Vermelho: Grupo D– emergência, paciente com necessidade de atendimento imediato

   O manejo adequado dos pacientes depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, do contínuo acompanhamento, do reestadiamento dos casos (dinâmico e contínuo) e da pronta reposição volêmica. 
   Com isso, torna-se necessária a revisão da história clínica, acompanhada de exame físico completo a cada reavaliação do paciente, com o devido registro em instrumentos pertinentes (prontuários, ficha de atendimento, ficha de evolução clínica, cartão de acompanhamento etc).



Fontes:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_manejo_adulto_crianca__4ed_2011.pdf

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/pode%20ser%20dengue%20frente_1253564204.bmp