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quinta-feira, 14 de março de 2013

Cálculo de Medicamentos na Enfermagem



Só para começar e NÃO MAIS ESQUECERMOS:

1 ML possui: 20 Gotas
1 MLpossui: 60 Microgotas


1º) Conceitos básicos envolvidos no cálculo de medicamentos

Solução : mistura homogênea composta de soluto e solvente.

- Solvente: é a porção líquida da solução.
- Soluto: é a porção sólida da solução.

Exemplo: No soro glicosado a água é o solvente e a glicose é o soluto.

Concentração: a relação entre a quantidade de soluto e solvente.
Exemplo: g/ml a quantidade em gramas de soluto pela quantidade em mililitros de solvente.

Proporção: forma de expressar uma concentração e consiste na relação entre soluto e solvente expressa em “partes”.
Exemplo: 1:500, significa que há 1g de soluto para 500ml de solvente.

Porcentagem : é uma outra forma de expressar uma concentração. O termo por cento (%) significa que a quantidade de solvente é sempre 100ml.

Exemplo: 7%, significa que há 7g de soluto em 100ml de solvente.

Regra de três: relação entre grandezas proporcionais. 

A regra de três permite de forma simples, estruturar o problema obtendo sua solução, que neste caso, é a prescrição determinada. Importante observar que a regra de três só se faz necessária, quando não conseguimos resolver o problema de maneira direta. Vejamos um exemplo:

Exemplo: Tenho ampolas de dipirona com 2ml de solução. Quantos ml tenho em três ampolas?
Forma direta: 2ml x3 ampolas = 6ml nas três ampolas

Por regra de três:

Como estruturar uma regra de três:

1º) Verificar se a regra é direta ou inversa: Neste caso é uma regra de três direta, pois ao aumentarmos a quantidade de ampolas a quantidade relativa ao volume também aumentará. Em outro exemplo veremos como proceder em uma regra de três inversa.
2º) Deve-se colocar na mesma fila as grandezas iguais, no caso acima, optamos em escrever na mesma coluna as grandezas iguais.
3º) Pela propriedade fundamental das proporções: 1x = 2.3, equivalente a x = 6ml.

2º) Aplicações de proporções em farmacologia

Considerando os seguintes padrões que utilizados no cálculo de medicamentos:
1ml contém 20 gotas
1 gota equivale a 3 microgotas, então 20 gotas equivalem a 60microgotas.
Podemos obter uma relação entre mililitros e microgotas: 
Portanto, 1ml contém 60 microgotas.
1ml contém 20 gotas
1 gota equivale a 3 microgotas
1ml contém 60 microgotas

Aplicando estas idéias ao cálculo de medicamentos:

Exemplo1: Foi prescrito a um paciente um frasco de 500ml de Soro Fisiológico a 0,9% (S.F. 0,9%).
Nosso objetivo é fazer o cálculo de gotejamento, ou seja, de acordo com o número de gotas que caem a cada minuto do frasco, saber o tempo em que o paciente ficará no soro, para continuar com os procedimentos necessários.
Então inicialmente precisamos saber quantas gotas há no frasco, transformando sua quantidade total de ml para gotas. desta forma obtemos que a quantidade total de gotas é 500x20=10000 gotas.

Neste mesmo exemplo, se quisermos calcular a quantidade de soluto, neste caso, cloreto de sódio que o paciente está recebendo em 500 ml desta solução:
S.F.0,9%, significa que há 0,9g de cloreto de sódio a cada 100ml.
O frasco tem 500 ml, então


de forma equivalente, 100x = 0,9x500, logo a quantidade de cloreto de sódio neste frasco é de 4,5g.
Se precisássemos trabalhar com microgotas no lugar de gotas, quantas microgotas equivalem as 10000 gotas que há neste frasco com 500ml?

Neste caso, podemos utilizar as gotas para obter as microgotas, como também, utilizar o volume do frasco.

1º) Primeiramente utilizando a quantidade total de gotas já calculadas
x = 3x10000, assim facilmente encontramos que no frasco temos 30mil microgotas.

2º) Utilizando o volume do frasco para obter a quantidade de microgotas:
logo x = 60x500, portanto, 30mil microgotas.

Exemplo 2: Foi prescrito 1g de Cloranfenicol V.O. Quantos comprimidos de cloranfenicol de 250 mg devo tomar?
Inicialmente percebemos que foi prescrito 1g e temos cp de 250 mg. As unidades não são as mesmas e não podemos trabalhar com diferentes unidades sem transformá-las. Podemos transformar gramas em miligramas ou vice-versa, é questão de escolha.
Transformando então gramas em miligramas: 1g equivale a 1000mg. Assim, a prescrição foi então de 1000 mg. Desta forma:


desta forma temos que , sendo necessários 4 comprimidos de 250 mg.

Exemplo 3: Prescritos 100 mg de Aminofilina. Tenho ampolas de 250 mg/10ml. Quanto devo administrar?
Montando uma proporção para obter a quantidade necessária em ml: 
Pela propriedade fundamental das proporções: 250x = 1000, portanto, =4ml.

Exemplo 4: Se for prescrito 12 gotas de Dipirona de 6/6 horas, quantos ml o paciente irá tomar em 24 horas?

Uma forma possível de proceder é calcular a quantidade total de gotas administradas em 24h:
1º) de 6/6 horas, significa de 6 em 6 horas. Em 24 horas, significa que o paciente receberá o medicamento 4 vezes ao dia .
2º) Em 24h serão administradas , x = 4x12gotas, ou seja, 48 gotas.
3º) Transformando as gotas em ml: , que pela propriedade fundamental nos dá , o que resulta em 2,4 ml em 24h.

Exemplo 5: Se em 1,25L de uma solução há 0,4g de soluto, em 750 ml desta solução teremos quantos miligramas de soluto?

Obs: O sistema métrico decimal é muito importante para o cálculo e preparo de drogas e soluções. Ao preparar a medicação, é necessário confirmar a unidade de medida. Caso as unidades sejam diferentes, devemos transformá-las numa mesma unidade antes do cálculo de dosagem para o preparo.
Considere algumas equivalências para transformação de unidades:
1g = 1000 mg = 1 000 000 mcg
1mg = 1000 mcg
1L = 1000 ml

Transformando as unidades:
1,25L = 1,25x1000ml = 1250 ml
0,4g = 0,4x1000mg = 400 mg

Além dos equivalentes no sistema métrico decimal temos também outras padronizações referentes a medidas caseiras e que podem variar segundo a bibliografia utilizada:

1 colher(café) = 3 ml
1 colher(chá) = 4 ml
1 colher(sobremesa) = 10 ml
1 colher(sopa) = 15 ml
1 xícara (chá) = 180 ml
1 copo(americano) = 250 ml

Porém, não devemos confundir essas medidas com as colheres de café, de chá, de sobremesa e de sopa que são utilizadas no ambiente doméstico. As colheres caseiras são de tamanhos diversos e não devem ser utilizadas como medidas de medicamentos quando o erro de tal administração for significativa para o paciente. Neste caso, o que ocorre, é o fornecimento de tal medida junto com o medicamento, muito freqüente por exemplo, em medicamentos pediátricos.

Obs: Alguns medicamentos são prescritos em proporções, como o permanganato de potássio ( ). O permanganato de potássio é um sal solúvel em água e fotossensível, que se cristaliza em contato com material metálico oxidável. É muito utilizado como desinfetante, devido sua ação oxidante, como também desodorizante e adstringente. Apresenta cor roxa escura, é inodoro e tem sabor levemente ácido. A apresentação é em forma líquida ou sólida, em tabletes de 100mg, comprimidos de 0,25g ou pó com 0,10 g .
Exemplo 6: Foi prescrito o preparo de 1L de a 1:40 000,estando disponíveis no setor em tabletes de 100mg.
a) Quantos mg deste soluto há no volume prescrito?
Primeiro, devemos rever o significado da proporção apresentada: 1:40000. Há 1 g de soluto, ou seja 1 g de permanganato de potássio em 40 000ml.
, podemos simplificar a segunda razão e teremos, equivalentemente, pela propriedade fundamental da proporções, 40x=1000, então teremos 25 mg deste soluto em 1L.
b) Como devo proceder para obter a proporção desejada?
Preciso de 25 mg de permanganato e o tenho disponível em tabletes de 100mg. O procedimento será de diluir os 100mg em 4 ml de água destilada e considerar a proporção: , ou de forma direta, obtemos 1ml. Portanto aspiramos 1 ml e diluímos em 999ml para obter a proporção desejada.

3º) Cálculo de Gotejamento

Normalmente, os soros são prescritos em tempos que variam de poucos minutos até 24 h. A infusão é contínua e controlada através do gotejamento. Para o cálculo do gotejamento é necessário conhecer o volume e o tempo. Na prática, o controle de gotejamento será feito em gotas/min ou microgotas/min.

Exemplo 7: Foi prescrito a um paciente 350 ml de S.F.0,9% para correr à velocidade de 25 gotas por minuto. Quanto tempo este paciente ficará no soro?
Inicialmente, podemos utilizando proporções transformar o volume do frasco em gotas, já que a velocidade está sendo apresentada nesta unidade.

350 x 20 gt = 7000 gotas em 350 ml
Sabendo que 20 gotas levam 1 minuto para correr, as 7000 gotas do frasco levarão quanto tempo?
Podemos recorrer a uma regra de três para orientar com mais clareza o problema:
1 minuto................25 gotas
X minutos..............7000 gotas, como mais uma vez temos uma regra de três direta, pois ao aumentarmos a quantidade de gotas para correr, mais tempo será necessário, tem-se que 25X=7000, ou seja, são necessários 280 minutos. Transformando 280 minutos em horas e minutos, teremos quase 5 h faltando 20 minutos, ou seja, 4 horas e 40 minutos.

Outra forma de resolver:

Como sabemos, 1 hora equivale a 60 minutos, portanto: 280 minutos/60=4,66666...h, ou seja, 4 horas e mais 0,66666... de hora, utilizando a relação acima entre hora e minuto, temos que 0,66666....h=0,666666....x60 aproximadamente 40 minutos.
Resolvemos nosso problema, o paciente ficará no soro por 4 horas e 40 minutos.

É importante observar que nesta atividade teve-se a intenção de aplicar a Matemática ao cálculo de medicamentos. As medidas aqui apresentadas visão aplicação de cálculos matemáticos que nem sempre são condizentes à realidade e muito menos as prescrições aqui apresentadas.


DILUIÇÃO DE MEDICAMENTOS

1º Exemplo: 

Frasco-ampola de Keflin de 1g ( Cefalotina Sódica)
Deve-se diluir de preferência por um volume de 5 ml de solvente, assim obtém-se uma 
solução total de 5ml. Para saber quanto de Keflin existe em cada ml, deve-se seguir a 
Regra de Três.
Então, 1000mg – 5ml
X mg – 1ml
x = 200 mg 
Resposta: Cada ml da diluição terá 200mg

2º Exemplo:

Frasco-ampola de Amplicilina de 500 mg.
Deve-se diluir de preferência com 5 ml de solvente, assim obtém-se uma solução 
medicamentosa total de 5ml onde estarão 500 mg de Amplicilina..
Então, 500mg – 5ml
X mg – 1ml
X = 100 mg (cada ml da diluição terá 100mg)

Resposta: Cada ml da diluição terá 100mg

A capacidade da maioria dos frascos - ampolas de medicamentos é 
de no máximo 10ml.






PENICILINA CRISTALINA

Antibiótico de largo espectro largamente utilizado em unidades hospitalares tem frascoampola em apresentações mais comuns com 5.000.000 UI e 10.000.000 UI.


Diferente da maioria das medicações, no solvente da penicilina cristalina, deve-se considerar o volume do soluto, que no frasco-ampola de 5.000.000 UI equivale a 2 ml e no frasco de 10.000.000 UI equivale a 4 ml.

Quando coloca-se 8ml de Água Destilada em 1 Frasco-Ampola de de 5.000.000 UI, obtémse como resultado uma solução contendo 10ml.

Quando coloca-se 6 ml de Água Destilada em 1 Frasco-Ampola de 10.000.000 UI, obtémse como resultado uma solução contendo 10ml.

Esquematizando:

se 5.000.000 UI estão para 8 ml AD + 2 ml de cristais (10ml), logo 5000.000 UI estão para 10 ml.
se 10.000.000 UI estão para 6 ml AD + 4 ml de cristais (10 ml), logo 10.000.000 UI estão para 10 ml.
se 10.000.000 UI estão para 16 ml AD + 4 ml de cristais (20 ml), logo 10.000.000 UI estão para 20 ml.

Observação:

1) Lembre-se que a quantidade de solvente (AD), se não estiver expressa na prescrição ou houver orientação do fabricante, quem determina é quem está preparando.

2) Utiliza-se 8ml no caso de Penicilina Cristalina de 5.000.000 UI e 6ml no caso de Penicilina Cristalina de 10.000.000 UI, para que tenha-se maior facilidade na hora do cálculo.

3) Ao administrar Penicilina Cristalina, lembre-se que esta medicação é colocada 
normalmente em bureta com 50ml ou 100ml, conforme PM.

Exemplo:

Foi prescrito Penicilina Cristalina 4.800.000 UI, na unidade tem-se o frasco ampola de 
10.000.000UI. Como proceder?
Deve-se entender o que foi pedido, então coloca-se o que se tem.
PM – PC: 4.800.000 UI
AP – PC: FA 10.000.000 UI 
DIL – 6ml (lembrou que quem determina é quem está preparando?)



CÁLCULOS COM INSULINA

REGULAR (simples ou composta) ação rápida ou média - aspecto límpida 
NPH – ação lenta – aspecto leitoso

Insulina glargina (Lantus) – ação contínua (uma única dose a cada 24 h) – aspecto incolor A insulina é sempre medida em unidades internacionais (UI) ou (U).

Atualmente existem no mercado frascos de insulina graduada em 100 UI/ml e seringas de insulina graduadas também em 100 UI/ml.

Exemplo:
Prescrição Médica 20 UI de insulina NPH rotulado 100 UI/ml e seringa de insulina 
graduada 100 UI/ml.

Resposta: Deve-se aspirar na seringa de insulina até a demarcação de 20 UI.
Neste caso é muito tranquilo, pois tanto o frasco quanto a seringa tem a mesma relação unidades/ml; isto significa que o frasco tem a apresentação 100 UI/ml e a seringa também tem esta apresentação.

Quando se tem frascos com apresentação diferente da graduação da seringa ou ainda 
quando não existir seringa de insulina na unidade, utiliza-se uma "fórmula". Será necessário 
o uso de seringas hipodérmicas de 3 ou 5 ml.

Utilizando o mesmo exemplo de uma prescrição de 20 UI de insulina NPH, tendo o frasco 
de 100 UI/ml, mas com seringas de 3 ml

Frasco – seringa F – S Lembre-se e trabalhe com o mnemônico

Prescrição– X P – X (lembrete) abaixo.

Utilizando-se a fórmula tem-se:

Porque usar apenas 1 ml se a seringa é de 
3 ou 5 ml? Utiliza-se a quantidade equiva
lente à seringa de insulina (como se estivés
semos substituindo).



Esta operação pode ser feita com base na 
divisão com múltiplos de 10.



Resposta: Deve-se aspirar 0,2 ml na seringa utilizada ( 3 ou 5 ml).


Se não houver nenhum tipo de seringa de insulina na unidade e sendo necessário o uso de 
seringa hipodérmica (3 ml-5 ml), o volume aspirado terá por base sempre 1ml da seringa, 
não importando o tamanho da seringa. Atenção: caso a Prescrição Médica seja em valores 
mínimos, não sendo possível aspirá-lo, o médico deverá ser comunicado, pois não está 
indicada a diluição da insulina devido a perda da estabilidade.







Fontes:

http://mandrake.mat.ufrgs.br/~mem023/20072/liliane/cmedicamentos.html

http://inter.coren-sp.gov.br/sites/default/files/boas-praticas-calculo-seguro-volume-2-calculo-e-diluicao-de-medicamentos.pdf











sexta-feira, 1 de março de 2013

Dengue: Uma doença GRAVE que MATA !!!


Aspectos clínicos na criança:

   A dengue na criança pode ser assintomática ou apresentar-se como uma síndrome febril clássica viral, ou com sinais e sintomas inespecíficos: adinamia, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas. 
   Nos menores de dois anos de idade, especialmente em menores de seis meses, sintomas como cefaleia, dor retro-orbitária, mialgias e artralgias podem manifestar-se por choro persistente, adinamia e irritabilidade, geralmente com ausência de manifestações respiratórias, podendo ser confundidos 
com outros quadros infecciosos febris, próprios da faixa etária. 
   Na criança, o início da doença pode passar despercebido e o quadro grave ser identificado como a primeira manifestação clínica. 
   O agravamento, em geral, é súbito, diferente do que ocorre no adulto, que é gradual, em que os sinais de alarme são mais facilmente detectados. 

Aspectos clínicos na gestante:

   Pacientes gestantes devem ser tratadas de acordo com o estadiamento clínico da dengue. As gestantes necessitam de vigilância, devendo o médico estar atento aos riscos para mãe e concepto. 
   Os riscos para mãe infectada estão principalmente relacionadas ao aumento de sangramentos de origem obstétrica e as alterações fisiológicas da gravidez, que podem interferir nas manifestações clínicas da doença. Para o concepto de mãe infectada durante a gestação, há risco aumentado de aborto e baixo peso ao nascer (ver em detalhes seção de parecer técnico científico para situações especiais).

Atendimento ao paciente com suspeita de dengue:

Caso suspeito de dengue:

   Considera-se caso suspeito de dengue todo paciente que apresente doença febril aguda, com duração máxima de sete dias, acompanhada de pelo menos dois dos sinais ou sintomas como cefaléia, dor retro-orbitária, mialgia, artralgia, prostração ou exantema, associados ou não à presença de sangramentos ou hemorragias, com história epidemiológica positiva, tendo estado nos últimos 15 dias em área com transmissão de dengue ou que tenha a presença do Aedes aegypti.
   Também pode ser considerado caso suspeito a criança proveniente ou residente em área endêmica que apresente quadro febril, sem sinais de localização da doença ou na ausência de sintomas respiratórios.
   Todo caso suspeito de dengue deve ser notificado à Vigilância Epidemiológica, sendo imediata a notificação das formas graves da doença.

Anamnese:

   A história clínica deve ser a mais detalhada possível e os itens a seguir devem constar em prontuário.


 História da doença atual:

a) data do início dos sintomas;
b) cronologia do aparecimento dos sinais e sintomas;
c) caracterização da curva febril;
d) pesquisa de sangramentos, relato de epistaxe, hemorragias de pele, gengivorragia, hemorragia conjuntival, hematêmese, melena, metrorragia etc: essas manifestações podem ser caracterizadas no exame físico; atentar para sintomas hemorrágicos sutis presentes na história clínica, como vômitos com raios de sangue tipo água de carne, cor muito escura tipo borra de café, e evacuações com fezes de cor escura;
e) Sinais de alarme: sinais clínicos e laboratoriais que anunciam a possibilidade
de o paciente com dengue evoluir para a forma grave da doença.


Sinais de alarme na dengue:

a) dor abdominal intensa e contínua;

b) vômitos persistentes;
c) hipotensão postural e/ou lipotímia;
d) hepatomegalia dolorosa;
e) sangramento de mucosa ou hemorragias importantes (hematêmese e/ou melena);
f) sonolência e/ou irritabilidade;
g) diminuição da diurese;
h) diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia;
i) aumento repentino do hematócrito;
j) queda abrupta de plaquetas;
l) desconforto respiratório.





Prova do laço:

   A Prova do laço deve ser realizada na triagem, obrigatoriamente, em todo paciente com suspeita de dengue e que não apresente sangramento espontâneo.

   A prova deverá ser repetida no acompanhamento clínico do paciente apenas se previamente negativa.

• Verificar a pressão arterial e calcular o valor médio pela fórmula (PAS + PAD)/2; por exemplo, PA de 100 x 60 mmHg, então 100+60=160, 160/2=80; então, a média de pressão arterial é de 80 mmHg.

• Insuflar o manguito até o valor médio e manter durante cinco minutos nos adultos e três minutos em crianças.

• Desenhar um quadrado com 2,5 cm de lado no antebraço e contar o número de petéquias formadas dentro dele; a prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos e dez ou mais em crianças; atenção para o surgimento de possíveis petéquias em todo o antebraço, dorso das mãos e nos dedos.

• Se a prova do laço apresentar-se positiva antes do tempo preconizado para adultos e crianças, a mesma pode ser interrompida.

• A prova do laço frequentemente pode ser negativa em pessoas obesas e durante o choque.


ATENÇÃO

Valorizar a frequência respiratória.

Valores normais da frequência respiratória:

■ <2 meses = até 60 rpm 
■ 2 meses – 1 ano = até 50 rpm 
■ 1 – 5 anos = até 40 rpm 
■ 5 – 8 anos = até 30 rpm
■ Adultos = 12 a 20 rpm


Classificação de Risco
   A classificação de risco do paciente com dengue visa a reduzir o tempo de espera no serviço de saúde.       
   Para essa classificação, foram utilizados os critérios da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde e o estadiamento da doença. 
   Os dados de anamnese e exame físico serão utilizados para fazer esse estadiamento e para orientar as medidas terapêuticas cabíveis.

Classificação de risco de acordo com os sinais e sintomas:

Azul: Grupo A atendimento de acordo com o horário de chegada

Verde: Grupo B – prioridade não-urgente
Amarelo: Grupo C – urgência, atendimento o mais rápido possível
Vermelho: Grupo D– emergência, paciente com necessidade de atendimento imediato

   O manejo adequado dos pacientes depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, do contínuo acompanhamento, do reestadiamento dos casos (dinâmico e contínuo) e da pronta reposição volêmica. 
   Com isso, torna-se necessária a revisão da história clínica, acompanhada de exame físico completo a cada reavaliação do paciente, com o devido registro em instrumentos pertinentes (prontuários, ficha de atendimento, ficha de evolução clínica, cartão de acompanhamento etc).



Fontes:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_manejo_adulto_crianca__4ed_2011.pdf

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/pode%20ser%20dengue%20frente_1253564204.bmp




sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Dengue Uberaba em Alerta






Descrição da doença

Doença febril aguda, que pode ser de curso benigno ou grave, dependendo da forma como
se apresente: infecção inaparente, dengue clássico (DC), febre hemorrágica da dengue (FHD) ou
síndrome do choque da dengue (SCD). Atualmente, é a mais importante arbovirose que afeta o ser
humano, constituindo-se em sério problema de saúde pública no mundo. Ocorre e dissemina-se
especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento
e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor.


Sinonímia
Febre de quebra ossos.



Agente etiológico

É um vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae. São conhecidos
quatro sorotipos: DENV 1, DENV 2, DENV 3 e DENV 4.



Reservatório

A fonte da infecção e reservatório vertebrado é o ser humano. Foi descrito, na Ásia e na África, um ciclo selvagem envolvendo macacos. 



Vetores

São mosquitos do gênero Aedes. A espécie Ae. aegypti é a mais importante na transmissão da doença e também pode ser transmissora da febre amarela urbana. O Aedes albopictus, já presente nas Américas, com ampla dispersão em todas as regiões do Brasil, é o vetor de manutenção da dengue na Ásia, mas, até o momento, não foi associado à transmissão da dengue nas Américas.

A dengue é uma das mais importantes arboviroses que atinge principalmente os países de clima tropical. A Organização Mundial de Saúde estima que três bilhões de pessoas vivem em áreas de risco para contrair dengue no mundo. Estima-se que anualmente 50 milhões de pessoas se infectam, com 500 mil casos de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) e 21 mil óbitos, principalmente em crianças.

1. O que é?

É uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma benigna ou grave. Isso vai depender de diversos fatores, entre eles: o vírus e a cepa envolvidos, infecção anterior pelo vírus da dengue e fatores individuais como doenças crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia falciforme).

Qual o microrganismo envolvido?
É um vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivirus, pertencente à família Flaviviridae. São conhecidos quatro sorotipos:1, 2, 3 e 4.

2. Quais os sintomas
O doente pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar um sinal de alarme para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.
É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.

3. Como se transmite?
A doença é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Não há transmissão pelo contato direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de fontes de água ou alimento.

4. Como tratar?
Deve-se ingerir muito líquido como: água, sucos, chás, soros caseiros, etc. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias. Os sintomas podem ser tratados com dipirona ou paracetamol.

5. Como se prevenir?
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.

Saúde-MG: Com 3 mortes, Uberaba registra explosão de casos de dengue


Por Daniela Brito e Juliana Coissi

UBERABA, MG, 14 de fevereiro (Folhapress) - Com três mortes causadas pela dengue neste ano e aumento de quase 5.500% nos casos confirmados da doença, Uberaba (471 km de Belo Horizonte) criou um espaço específico para atender pacientes com essa enfermidade.

A cidade do Triângulo Mineiro registrou na semana passada a terceira morte ocasionada pela doença - a vítima foi um homem de 72 anos que morreu na sexta-feira passada. A Secretaria da Saúde investiga se o paciente tinha a forma hemorrágica da doença.

Entre as outras duas mortes, uma delas foi ocasionada por dengue com complicações, segundo confirmou hoje a secretaria.

De acordo com a assessoria da pasta, Uberaba já teve 3.689 notificações de dengue neste ano, sendo que 2.000 registros foram confirmados. No mesmo período do ano passado, a cidade registrou 225 notificações e 36 casos confirmados por exames laboratoriais.

Devido ao elevado número de notificações da doença, a Prefeitura de Uberaba precisou criar um espaço destinado apenas para ao atendimento de pacientes com a doença.

O CED (Centro Especializado de Dengue), que foi implantado no final do mês passado, já realizou 816 atendimentos em menos de um mês - média de 180 pacientes por dia.

Nesse período, foram transferidos sete pacientes em estado grave para os hospitais da cidade - três ainda permanecem internados.

Em todo o Estado de Minas Gerais, foram registrados 29.517 casos de dengue neste ano.

Uberaba é uma das quatro piores cidades mineiras em casos da doença. Está atrás de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo.

Por meio de sua assessoria, o secretário da Saúde de Uberaba, Fahim Sawan, lembrou que o maior pico de manifestação da dengue ocorre entre março e abril. Por isso, o município mantém as ações de combate ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.

No país

O número de suspeitas de dengue neste início de ano no Brasil é maior do que o mesmo período de 2012, segundo o Ministério da Saúde.

Consideradas as três primeiras semanas - último dado disponível -, foram 49.992 notificações de dengue, ante 34.479 em janeiro do ano passado.

Segundo o ministério, não há uma avaliação específica sobre o aumento de suspeitas da doença, mas a pasta diz que a oscilação é esperada para este período de verão.

Já os números de mortes por dengue, porém, tiveram queda neste início de ano. Foram sete vítimas fatais, exatamente a metade do registrado em janeiro de 2012.

Também casos graves de dengue, que são a forma hemorrágica da doença ou quando o paciente ficou hospitalizado por outras complicações, apresentaram redução - 89 registros em janeiro, ante 231 no mesmo mês do ano passado.

Fontes:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1525

http://www.jornalacidade.com.br/editorias/brasil-e-mundo/2013/02/14/saude-mg-com-3-mortes-uberaba-registra-explosao-de-casos-de-dengue.html